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ago
2007
FOBIA DE CEFALÉIA: UMA POSSÍVEL FOBIA ESPECÍFICA DE DOENÇA
PERES, M.F.P. ; MERCANTE, J. P. P. ; GUENDLER, V. Z. ; CORCHS, F. ; BERNIK, M. A. ; ZUKERMAN, E. ; SILBERSTEIN, S. D. . Cephalalgiaphobia a possible specific phobia of illness. The Journal of Headache and Pain, v. 8, p. 56-59, 2007.
RESUMO
Comorbidade psiquiátrica, principalmente ansiedade e depressão, são comuns em enxaqueca crônica (EC). Fobias são relatadas por metade dos pacientes com enxaqueca crônica. A evitação fóbica associada ao medo de ter uma crise de cefaléia ou enxaqueca nunca foi descrita adequadamente. Descrevemos 12 pacientes com comportamento fóbico evitativo particular relacionado às crises de cefaléia, que classificamos como fobia específica de doença, designado de fobia de cefaléia (cephalalgiaphobia). Todos os pacientes eram mulheres, com idade média de 42 anos e todas apresentavam diagnóstico de cefaléia (11 EC, todos com uso excessivo de medicação). Os pacientes apresentaram tanto fobia de ter crise de cefaléia durante o período livre de dor quanto fobia de dor piorando durante episódios moderados de cefaléia. Pacientes abusavam de medicação analgésica como uma evitação fóbica. Este é um problema significativo que interfere na assistência médica. A fobia de cefaléia é uma possível fobia específica de doença, possivelmente associada à progressão da enxaqueca para enxaqueca crônica e cefaléia de uso excessivo de medicação.
31
ago
2007
Qualidade de vida e enxaqueca
MERCANTE, J. P. P. ; BERNIK, M. A. ; GUENDLER, V. Z. ; ZUKERMAN, E. ; KUCZYNSKI, E. ; PERES, M.F.P. . Comorbidade psiquiátrica diminui a qualidade de vida de pacientes com enxaqueca crônica. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, v. 65, p. 880-884, 2007.
RESUMO
INTRODUÇÃO: A enxaqueca apresenta elevada comorbidade com os transtornos de humor e de ansiedade e extremo impacto no grau de incapacidade e qualidade de vida do indivíduo afetado, mas pouco se sabe sobre a qualidade de vida dos pacientes com enxaqueca crônica e o impacto das comorbidades psiquiátricas.
MÉTODO: Cinquenta pacientes com diagnóstico de enxaqueca crônica (Sociedade Internacional de Cefaléias, 2004) foram diagnosticados quanto à presença de transtornos mentais, através da entrevista estruturada SCID-I/P e do questionário de qualidade de vida SF-36. Pacientes foram divididos nos seguintes grupos: enxaqueca crônica com transtornos de ansiedade, transtorno de ansiedade generalizada, transtornos de ansiedade com pelo menos um episódio depressivo maior, com episódio depressivo maior, comparados a pacientes sem comorbidade psiquiátrica.
RESULTADOS: Constatou-se qualidade de vida significativamente inferior nos oito domínios da SF-36, nos pacientes com enxaqueca crônica associada a comorbidade psiquiátrica tais como transtornos de ansiedade, transtorno de ansiedade generalizada, transtornos de ansiedade com pelo menos um episódio depressivo maior, assim como nos pacientes apenas com episódio depressivo maior, comparados a pacientes com enxaqueca crônica sem comorbidade psiquiátrica (p<0,05). Somente no domínio Estado Geral de Saúde do SF-36, a qualidade de vida não foi significativamente inferior em todos os grupos de pacientes com enxaqueca crônica associada a comorbidade psiquiátrica. Nos domínios do SF-36 relacionados aos aspectos físicos, a qualidade de vida não foi significativamente inferior somente nos transtornos de ansiedade. CONCLUSÃO: A comorbidade da enxaqueca crônica e transtornos mentais é fator associado à piora da qualidade de vida dos pacientes e deve ser ativamente pesquisada nesta população.
29
ago
2007
PROGRESSÃO DA DOENÇA PARA ENXAQUECA CRÔNICA: INÍCIO DOS SINTOMAS DAS CEFALÉIAS, TRANSTORNOS DE ANSIEDADE E DE HUMOR.
Mercante JPP, Peres MFP, Zukerman E.
Hospital Israelita Albert Einstein, Instituto de Ensino e Pesquisa, Centro de Cefaléia São Paulo.
RESUMO
A enxaqueca crônica é uma doença comum, de impacto substancial na vida dos pacientes, e de difícil manejo. A maioria dos pacientes apresentam comorbidades psiquiátricas. Pouco sabemos em nosso meio sobre o perfil de comorbidades psiquiátricas nos pacientes com enxaqueca crônica. A relação temporal entre o início da cefaléia, e o aparecimento dos transtornos psiquiátricos em pacientes com enxaqueca crônica é desconhecido. O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência de transtornos mentais e a relação temporal entre o seu aparecimento e o início da cefaléia. Cinqüenta indivíduos com diagnóstico de enxaqueca crônica ou provável enxaqueca crônica de acordo com a SIC (2003) foram avaliados e incluídos no estudo. Todos os indivíduos foram entrevistados pelo autor, e receberam diagnóstico de transtornos mentais de acordo com a entrevista estruturada baseada nos critérios diagnósticos do DSM-IV para transtornos mentais (SCID). Quarenta e dois indivíduos (84%) apresentaram algum diagnóstico psiquiátrico, 38 (76%) apresentaram algum transtorno ansioso, 25 (50%) apresentaram algum transtorno do humor, 22 (44%) apresentaram um transtorno ansioso e um transtorno do humor, 26 (52%) apresentaram diagnóstico de transtorno de ansiedade generalizada (TAG), 3 (6%) apresentaram diagnóstico de transtorno de pânico, 2 (4%) de transtorno obsessivo-compulsivo, 3 (6%) de transtorno de estresse pós-traumático e 27 (54%) de alguma fobia, simples ou específica. 22 apresentaram episódio depressivo maior, 14 atuais e 17 indivíduos com episódios prévios. Dois indivíduos tiveram diagnóstico de distimia, 2 transtorno bipolar e 2 luto simples. O perfil temporal de início da enxaqueca e comorbidades foi o seguinte: Os transtornos de ansiedade se instalaram primeiro (média de idade de 13,9 anos), seguidos do início de enxaqueca episódica (média de idade de 20,9 anos), transtornos do humor (33,4 anos) e cefaléia diária (36,7 anos). A idade média dos indivíduos avaliados era 41,4 anos. Comorbidades psiquiátricas são comuns em pacientes com enxaqueca crônica em nosso meio, principalmente de transtornos de ansiedade e humor. Os transtornos de ansiedade precederam o início da enxaqueca episódica, que foi sucedido pela depressão e dor diária. A análise das comorbidades psiquiátricas deve implicar em um manejo mais preciso dos pacientes com enxaqueca crônica e resultar em desfechos clínicos mais favoráveis. Pacientes com história de ansiedade, enxaqueca episódica e depressão possivelmente podem estar com risco mais elevado de desenvolver enxaqueca crônica.