Traços de personalidade comuns em indivíduos com enxaqueca crônica e ansiedade:

Suas palavras-chave são controle, dever, regras, sistemas, ordem e disciplina.
É bastante comum na cultura ocidental atual devido a elevada exigência feita à sociedade. Em alguns indivíduos estas características são expressas de forma tão extrema, que podem tornar-se rígidos, perfeccionistas, dogmáticos, inflexíveis, críticos, autoritários e levar a um sofrimento subjetivo.

Tem como estratégia hiperdesenvolvida o controle, responsabilidade e sistematização e como estratégia subdesenvolvida espontaneidade e graça.

Visão de si: eles se vêem como responsáveis por si mesmos e pelos outros. Acreditam depender deles que as coisas sejam feitas. Eles são responsáveis perante sua percepção perfeccionista. São conduzidos por pensamentos de dever: “eu deveria ou não deveria”, “ele deveria ou não deveria”. Muitas das pessoas tem uma imagem nuclear de si mesmos como incapazes ou fracos. E para compensar sua auto-imagem de defeituosidade e impotência, apresentam uma ênfase excessiva em regras.

Visão dos outros: eles percebem os outros como descuidados, irresponsáveis e incompetentes. São críticos e empregam as regras de “deveria” a si e aos outros, numa tentativa de compensar as fraquezas que no fundo acreditam que possuem. Frequentemente pensam “porque os outros não conseguem fazer a coisa certa?”. Podem ser também desaprovadores e punitivos.

Crenças:“preciso de regras para sobreviver”, “se eu ou os outros não formos perfeitos, ou desempenharmos conforme altos padrões, então fracassaremos”, “não posso falhar, se eu falhar nisso, então serei um fracasso como pessoa”.
“Preciso estar no controle, se deixar para que os outros façam, eles não farão tão bem”, “preciso fazer tudo perfeitamente”, “os detalhes são cruciais”, “eu sei o que é o melhor, os outros não”, “as pessoas deveriam fazer melhor e tentar fazer perfeitamente”, “as pessoas devem ser criticadas para evitar erros futuros”

Ameaças: as principais ameaças são as falhas, erros e imperfeições. Tendência a catastrofizar: “as coisas escaparão ao controle”

Estratégias:para atingir seus objetivos, tendem a exercer o máximo controle sobre seu comportamento, o que muitas vezes gera tensão e rigidez muscular, estresse, e crises de dor de cabeça e sobre os outros envolvidos em seus objetivos.

Afeto: é freqüente a irritação com os outros que raramente cumprem suas expectativas perfeccionistas. E ansiedade devido a expectativa e antecipação.

O pensamento “eu devo” mantém-lhes constantemente atentos, vivenciando uma contínua pressão, com alguma dificuldade em relaxar.

Padrões de perfeccionismo, necessidade de certeza e uma forte crença na existência de uma solução absolutamente correta para os problemas humanos são os componentes mal-adaptativos. Estas crenças levam a uma dúvida excessiva, adiamentos e preocupação excessiva com detalhes e incertezas quanto a tomar decisões.

Seus pensamentos muitas vezes podem ser irracionais e disfuncionais como por exemplo:

• “Eu preciso fazer esta tarefa com perfeição”
• “É melhor que eu mesmo faça isso, caso contrário não será feito corretamente”.
• “Eu deveria fazer algo de produtivo, ao invés de relaxar”.
• “Seria melhor eu pensar um pouco mais sobre isto, antes de decidir o que fazer, pois eu poderia estar cometendo um erro”.

Suposições sobre si mesmos e o mundo:

• “Eu devo evitar erros”. Como é impossível ser perfeitos, a idéia de serem imperfeitos gera ansiedade.
• “ Erros são intoleráveis”. Como tem a idéia de que o sucesso requer perfeição, a experiência do fracasso é inevitável . Encaram experiências normais da vida como fracassos, intoleráveis e horríveis.
• “Devo ter perfeito controle sobre meu ambiente e sobre mim mesmo”. A perda de controle é vista como intolerável.

Para não correr o risco de falhar é melhor não fazer nada, levando a procrastinação.

Erros típicos de pensamento:
Catastrofização: a importância de uma imperfeição ou erro é exagerada.
“pensamento do tipo Deveria”: se não conseguem fazer o que deveriam, sentem culpa e autocrítica. Se os outros não fazem o que deveriam, são condenados e punidos.

O problema mais comum apresentado por indivíduos com estes traços de personalidade é a ansiedade. O perfeccionismo, a rigidez e o contínuo basear-se no “dever” para governar seu comportamento os predispõe a experimentar a ansiedade característica do transtorno de ansiedade generalizada. Às vezes a ansiedade crônica pode intensificar-se ao ponto do pânico.

Outro problema comum é a depressão. Devido a sua necessidade de controle, rigidez e perfeccionismo, quando sua vida escapa ao seu controle, sentem-se deprimidos.

Estão predispostos a desenvolver enxaqueca devido aos efeitos físicos de sua excitação e ansiedade continuamente elevadas.

Podem se tornar socialmente introvertidos, evitativos e emocionalmente contraídos, pois quanto menos expressivo e envolvido fosse, menores parecem ser as chances de ser criticados e rejeitados.